Ao longo da nossa vida, passamos por diferentes fases: mudamos, crescemos, desviamo-nos do nosso rumo... e, por vezes, perguntamo-nos se estamos a manter-nos fiéis ao nosso "eu" autêntico.

O mundo à nossa volta influencia os nossos pensamentos, decisões e padrões ao ponto de termos dificuldade em lembrarmo-nos de quem somos, mas os nossos valores e crenças fundamentais permanecem muitas vezes os mesmos.

Como fazer Lembra-te de quem eras antes

Lembra-se de quem era antes? Reflicta sobre os tempos em que era criança. O que é que lhe fica na memória? Quanto é que mudou?

Lembro-me de que, quando era mais novo, queria ser professor quando crescesse. Queria trabalhar numa escola secundária e ajudar os adolescentes a entrar em boas faculdades e a planear o seu futuro. Mas, à medida que fui crescendo, esses planos mudaram. Nunca cheguei a ser professor de liceu.

É importante notar que é natural mudar e tomar decisões diferentes, mas por vezes a sociedade e a opinião dos outros leva-nos por um caminho diferente do que éramos antes. É sempre bom refletir e recordar quem éramos, pois isso pode levar-nos para onde precisamos de estar na vida.

Reserve um momento para analisar os sonhos e as esperanças que tinha quando se encontrava em diferentes fases da sua vida. Até que ponto eram importantes para si? Poderia revisitá-los e torná-los válidos para o futuro?

Como é que se lembra de si próprio no presente?

O nosso "eu" autêntico perde-se muitas vezes nas circunstâncias em constante mudança da vida. Vivemos frequentemente no meio da confusão.

Talvez tenha vivido de uma forma durante tanto tempo que se esqueceu de ser fiel a si próprio. Nos momentos de vulnerabilidade, conseguimos ter um vislumbre de clareza e revisitar o "verdadeiro" nós.

"Quero que te lembres de quem és, apesar das coisas más que te estão a acontecer. Porque essas coisas más não são tu. São apenas coisas que te acontecem. Tens de aceitar que quem tu és e as coisas que te acontecem não são a mesma coisa." ~ Colleen Hoover

A clareza serve um verdadeiro propósito nas nossas vidas, uma vez que abre a porta para a verdade. Para nos lembrarmos realmente de quem somos, temos de ir ao fundo da nossa alma:

7 passos para se lembrar de quem é

1) Conheça a sua verdade

Podemos tentar esconder-nos dos outros, mas não podemos esconder-nos de nós próprios. Conhecer a nossa verdade e o que defendemos permite-nos ser honestos connosco próprios. Devemos tentar aceitar todas as nossas perfeições e imperfeições, gostos e desgostos, esperanças e sonhos.

Ao ter uma relação honesta consigo próprio, é capaz de ser honesto com os outros. A sua verdade resistirá a todas as dificuldades que o rodeiam.

2. identificar as suas crenças fundamentais

As nossas crenças fundamentais baseiam-se na forma como nos sentimos, como reagimos e no nosso diálogo interior. Para identificar as suas crenças fundamentais, preste atenção aos seus pensamentos e à forma como fala consigo próprio. Pode escrever esses pensamentos numa folha de papel e revê-los quando tiver tempo.

Em seguida, tome consciência das suas reacções emocionais em relação a si próprio e aos outros. O que é que o desencadeia? Tente fechar os olhos e identificar os seus sentimentos. Aceite essas crenças tal como são ou trabalhe no sentido de as mudar se lhe causarem dor e desconforto.

3. identificar os seus valores fundamentais

Identificar o que é importante para nós permite-nos estar em contacto com o nosso "eu" autêntico. Quando nos mantemos fiéis aos nossos valores fundamentais, sentimo-nos orgulhosos de nós próprios e temos um sentimento de gratidão.

Como identificar os seus valores fundamentais? É preciso um pouco de reflexão e paciência. Pode começar por escrever uma lista do que é mais importante para si e porquê. Pode ser mais ou menos assim:

  • Família Porque são a minha rocha e o lugar onde o amor é partilhado

  • Respeito por mim próprio e pelos outros Porque o respeito cria relações saudáveis onde as opiniões e os pensamentos são aceites e alimentados.

  • Crescimento contínuo Porque o crescimento obriga-me a tornar-me uma versão melhor e mais aperfeiçoada de mim próprio. Posso aprender e sobressair na vida através do crescimento.

4) Faça perguntas a si próprio

É imperativo, ao longo de todo o percurso da vida, continuar a fazer perguntas. Caso contrário, pode ser fácil ficar preso na confusão e no desespero. A verdade é que a vida está cheia de opções diferentes que podemos tomar, mas algumas afastam-nos do nosso eu autêntico. Algumas opções têm o poder de nos distrair do nosso ser essencial.

Eis alguns exemplos de perguntas que pode continuar a fazer a si próprio ao longo desta coisa chamada vida:

  1. A vida que estou a levar está de acordo com as minhas crenças e valores?

  2. Estou a viver a vida que sempre desejei viver?

  3. Estou a ser fiel a mim próprio neste preciso momento?

Ao fazer a si próprio perguntas profundas e honestas, pode lembrar-se de quem realmente é e para onde quer ir.

5) Acredite em si próprio

Acreditar em si próprio significa que apoia as suas ideias, pensamentos, objectivos e identidade. Sabe que, aconteça o que acontecer, é alguém que é importante para si e para os outros.

Lembrar-se de quem é alinha-se com a crença em si próprio. A sua voz e opinião são importantes e podem prevalecer sobre todo o ruído exterior. Não será fortemente influenciado pelos que o rodeiam.

6) Escreva o que o torna único

Escreva tudo o que o torna diferente dos outros. Talvez adore cozinhar, ou seja um viajante do mundo, ou talvez seja obcecado por moda. Seja o que for, escreva-o. Além disso, pense no que o torna único enquanto indivíduo.

Por exemplo, se for um escritor, pode querer listar os seus livros e autores favoritos, ou se for um músico, pode listar as suas canções e bandas favoritas.

7) Arranje tempo para si próprio

Reserve tempo para si próprio. Dê um passeio, medite, telefone a um amigo, durma uma sesta, faça uma massagem, etc. Encontre formas de relaxar e descontrair. Passe algum tempo consigo próprio e volte ao essencial. Lembre-se do que o faz sentir bem e do que o faz feliz.

Considerações finais

É normal sentirmo-nos por vezes perdidos, confusos e não nos lembrarmos de quem somos e para onde vamos. Os nossos caminhos na vida são todos diferentes e dão voltas diferentes.

Podemos praticar a autorreflexão, fazer perguntas honestas a nós próprios e ir ao fundo de nós próprios para redescobrir quem realmente somos. É preciso um pouco de prática e determinação, mas vamos lá chegar e viver as nossas vidas da forma mais autêntica possível.

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